"Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!
Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo
possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes
das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará?
Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A
grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar
nossos próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu acto
mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte,
mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje!"
(Nietzshe)
Nietzsche,
através de seu personagem Zaratustra, expressou uma das maiores verdades
presente nas vidas humanas, a saber, Deus está morto. Mas o que ele estava
querendo dizer com isso? Ele teria matado o Ser metafísico Deus? Estaria
somente expressando "seu" ateísmo? A resposta é que ele estava se
referindo as pessoas de sua época, pois no cerne da cultura estava o viver sem
Deus. A noção cristã já não existia e racionalmente não era mais aceita pela
sociedade. A ciência, a política e demais rumos sem prumos, nortearam o deixar
para trás Deus, tornando-O como algo do passado.
Deus
já havia ocupado o centro das culturas, porém, não mais. Nietzsche apenas
constatou algo que visivelmente era discernido. Se ele fosse cristão e
congregasse, talvez fosse aceito como profeta, pois o que vemos hoje, bem como
ele percebeu em sua época (1844-1900), foi a constatação da degradação moral e
ética de um mundo sem Deus.
A
situação presente em nossos dias é a de que o cristianismo se transformou para
muitos em uma religião, ou seja, um valor de vida a ser compartilhado com
outras pessoas e até mesmo com a família. Como esta visão é puramente cultural,
então, o social, físico e psicológico são pautados pela bíblia e suas
escrituras. Porém, o cristianismo não se trata de uma religião, pois uma
religião está em busca de levar seus adeptos a se religarem a Deus diretamente,
entretanto, o Cristianismo é a ligação de Deus com o homem através de Jesus
Cristo.
Em
muitos países ditos cristãos, o cristianismo foi minimizado ao status de
religião devido a muitos pregadores que ensinam "viver o aqui e o agora".
Desta forma, estes que se intitulam pastores, estão cada vez mais destruindo o
verdadeiro evangelho e cristianismo. A contaminação da igreja pelo paganismo
anuncia uma vida de prostração para o egoísmo e idolatria aos bens, o que no
rumo oposto, Jesus Cristo anunciou a humildade e renuncia de vida extravagante
e riquezas deste mundo. A extravagância anunciada por Cristo foi um viver para
a morte do “eu”, ou seja, ser extravagante o bastante para entregar a vida e
interesses para Cristo. A vida de vaidades dos pregadores ditos pastores e seus
ensinos superficiais, aliançam as ovelhas de Cristo com as vaidades deste
mundo, e desta forma, invalidam as escrituras e o Deus Santo que rejeita todas
as imundícies ensinadas.
A
constatação da situação é a seguinte: O Deus que foi anunciado pelos Profetas,
Apóstolos e pais da Igreja, acabou tornando-se hoje o deus do Zezinho, Huguinho
e Joãozinho. Um deus que existe para atender aos pedidos daqueles que pedem em
oração. Desta forma, o Deus que é irado com pecado, hoje é tolerante com o
pecado e com pedidos descabidos. Deus foi rotulado e deixado em uma caixinha.
Hoje, para muitos, Deus é seu supridor pessoal.
O
Cristianismo se tornou em uma religião institucionalizada sem busca por
relacionamento pessoal com Deus bíblico, pois o viver em relacionamento com o
Deus verdadeiro significa renunciar a própria vida, renunciar os sonhos
pessoais e não ser mais tolerante com os pecados que são disseminados
diariamente em todo mundo. Renunciar a própria vida se tornou algo do passado,
ou, se muito, algo escrito somente nas escrituras sagradas. A prática do viver
intensamente a vida é ensinada e incentivada por muitas religiões.
Como
disseminar o evangelho de Jesus Cristo para os povos? Como os povos vêm Jesus
Cristo? Ele é mítico?
Jesus
Cristo é muito mais do que uma constatação histórica, Ele é o autor e
consumador da vida. Ele ensinou a mansidão e simplicidade. Ensinou o repartir e
não o reter. O Evangelho de Jesus Cristo é dos pobres de espírito, e não dos
fortes e destemidos; é daqueles que sofrem perseguição e não daqueles que
perseguem. Jesus Cristo é achado pelos mansos, humildes e quebrantados.
Jesus
Cristo não ensinou o orgulho, a arrogância ou astúcia, pois essas coisas se
contrapõem a Ele e aos seus ensinamentos. No entanto, o que é visto hoje em dia?
Milhares que se dizem cristãos e são arrogantes, orgulhosos e egoístas. Estes
podem dizer-se cristãos? A grande massa de “cristãos devotos” são capitalistas
e hipócritas, mantendo-se como “cristãos”, mas negando os fundamentos da fé
cristã bíblica.
Deus
está vivo ou está morto?
Bem,
o que se pode perceber é que muitos vivem suas vidas como se Deus fosse um ser
mítico, alguém irreal; portanto, vivem como se Deus não pudesse ver o que estão
fazendo, ou, até mesmo julgar seus atos hediondos e maléficos. Vivem como se
não fosse haver um duro julgamento por seus atos, falas e modo de viver
pecaminoso. Por não acreditarem, não buscam se consertar, são irreconciliáveis,
mentem cada vez mais e atraem para si à ira de um Deus que é Santo e Justo. A
religião para estes é necessária para buscarem uma paz de espírito e sentirem-se
“salvos”, pois assim afugenta-se o medo e a insegurança do pós-morte. Com isso,
Deus para estes está morto, bem como disse Nietzsche.
Nietzsche
ou qualquer outro pensador ou intelectual, não são os responsáveis por
disseminar um Deus irreal ou um Jesus desnecessário; os responsáveis são os
cristãos modernos. Os judeus crucificaram Jesus Cristo por Ele ter trazido a
verdade espiritual aos líderes judeus e
mostrar o que era necessário para ter a vida eterna. Outrossim, hoje, além de o
povo desconhecer as verdades ocultadas pelos “pastores”,”bispos”,”apóstolos”,
dentre outros poderosos do meio conhecido como evangélico, também desejam este
tipo de liderança falsa e corrupta.
Deus
não é uma religião e não pode ser encontrado em uma. Ele não pode ser dissecado
e meticulosamente estudado. O Senhor é um Pai que ama e perdoa; é um Deus
Santo. O mundo e a igreja estão cheios de cobiça e avareza. Já não existe
diferença ou separação de ideologias. As práticas de vida achadas no mundo são
vistas dentro da igreja de forma oculta nos “cristãos”, ou seja, em seus
corações. A igreja que deveria refletir a vontade de Deus para mundo, hoje, ao
contrário, rejeita a Santidade de Deus e reflete a própria vontade do mundo
capitalista e egoísta. Houve um momento na história de Israel e Judá que já não
os diferenciavam dos outros povos, pois seus corações eram tão incircuncisos
como a dos outros povos.
Ele
mesmo é o Deus vivo e o Rei Eterno (Jr 10.10)! Nietzsche estava enganado! O
Senhor está vivo e se mostra apenas para aqueles que não se gloriam sem si
mesmos; não se gloriam em suas forças; não se gloriam em suas riquezas. O Deus
vivo deseja ter um relacionamento com pessoas verdadeiras e que estão dispostas
e renunciarem a glória deste mundo passageiro para obterem a glória eterna que
está somente em Jesus Cristo.
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