Leprosos espirituais II
Talvez
a pior situação que uma pessoa que acredita estar curada de lepra possa
passar, seja um confronto com alguém que já esteve leproso e está
verdadeiramente sarada. Muitos se comportam como se estivessem limpos de
todo o pecado, porém, tem guardado e trancafiado seus pecados em
lugares ocultos. Estes, por vezes, são homens que querem demonstrar espiritualidade através de aparentes dons do Espírito, contudo, estão
totalmente corrompidos e mortos em sua lepra, ou seja, pecado. Jesus, ao
se deparar com os escribas e fariseus, percebeu que no interior deles
havia somente morte. Da mesma forma hoje o Senhor vem até suas ovelhas
para ver se o que existe dentro delas é vida ou morte. Assim dizem as
Escrituras quando Jesus encontrou os fariseus: “Assim também vós
exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais
cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.28).
Estar
curado não significa estar limpo, pois aqueles que eram curados da
lepra precisavam fazer o ritual de purificação ou de limpeza para marcar
e celebrar o seu retorno ao convívio com os israelitas. Os ritos eram
necessários para confirmação de que a pessoa leprosa estava agora curada
e poderia ser purificada para sua readmissão ao meio do povo. Durante
sete dias, aquele que esteve leproso precisava se banhar, lavar suas
vestes e raspar todos os pelos do corpo, para mostrar que
verdadeiramente estava limpo. Ao oitavo dia, como que um simbolismo de
recomeço ou como novo nascimento, o indivíduo faria o rito de expiação
de pecado e de culpa, e depois disso, estaria limpo.